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ENTREVISTA: A transição para dieta oral

15 outubro 2021

Voltar a se alimentar pela boca é um momento muito esperado pelos pacientes. Fazer uma transição segura é fundamental e, com algumas dicas, pode ser mais confortável e até mais rápido.

Para esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, convidamos a nutricionista Dra. Cristiane Scorza, parceira da Nova Nutrii, para uma entrevista. Confira!

Nova Nutrii: Qual o momento certo para iniciar a transição da dieta enteral para oral?

Dra. Cristiane Scorza: Muitos pacientes utilizam temporariamente a dieta enteral e com a evolução clínica, se torna possível o desmame da dieta enteral e a transição para oral. Dentro destes aspectos, na maioria dos casos, o paciente passa por uma avaliação fonoaudiológica avaliando risco de disfagia e qual a consistência mais segura para iniciar, e assim, conforme a aceitação alimentar via oral atender mais de 60% das necessidades nutricionais, com melhora clínica, podemos retirar a sonda.

NN: Qual o papel da equipe de saúde (médicos e nutricionistas) durante a transição?

Dra. Cristiane Scorza: O médico tem o papel de indicar a via de nutrição bem como a necessidade de se atentar a alguma indicação de inserção ou exclusão de nutrientes de acordo com a condição clínica e a patologia do paciente, por exemplo: necessidade de restrição de líquidos, que o paciente precise da sonda até o ganho de peso para processo cirúrgico, avaliar aspectos emocionais e sociais do paciente, prognóstico da doença, etc. O nutricionista avalia o estado nutricional, acompanha a evolução do aporte nutricional da enteral para via oral, ajuda na elaboração do cardápio com a consistência mais segura e verifica se a hidratação está adequada para retirada da sonda. Além de estar ingerindo bem alimentos por via oral, o paciente precisa estar com manutenção do estado nutricional para a retirada total da sonda. Para facilitar esse processo, o uso de suplementos e espessantes pode ser um grande aliado para facilitar a transição.

NN: A transição pode ser feita de casa? Como a família pode ajudar?

Dra. Cristiane Scorza: Muitas vezes, esse processo ocorrerá em domicílio e o apoio da família será fundamental. Caso na consulta o médico autorize a transição para a dieta via oral, com a orientação do nutricionista, a família pode proporcionar um cardápio variado, com alimentos preparados como o paciente preferir e junto de um ambiente de afeto e segurança. Fazer o paciente participar das refeições em família, mesmo que com consistências diferentes, em um ambiente acolhedor, é fundamental para a recuperação dele. Sabemos que mais da metade das refeições são afeto, muito mais que nutrientes somente.
Uma das formas que mais utilizamos é a não infusão da dieta enteral próximo ao almoço e jantar, para estimular o apetite e promover a dieta via oral e caso o paciente não se alimente bem, utilizar a sonda enteral.

“Sabemos que mais da metade das refeições são afeto, muito mais que nutrientes somente.”

NN: Como evitar que a ingestão de nutrientes seja prejudicada durante esse processo?

Dra. Cristiane Scorza: Além da variedade do cardápio ser muito importante, o uso de suplementos nutricionais pode ser muito útil para que haja uma segurança de que a dieta via oral esteja atendendo as necessidades do paciente mesmo durante a transição, como após a dieta exclusiva oral. Um estudo publicado em 2012 por Ramos et al, avaliou quais motivos mais frequentes para a baixa ingestão após a introdução da alimentação via oral e destes, foram apontados dificuldade ou dor para deglutir (20,68%) e preferência alimentar por outro tipo de alimentação (14,86%). Observou-se que a transição da alimentação enteral para via oral ocorre de maneira abrupta e alguns casos, precisa ocorrer de forma lenta e bem acompanhada, necessitando de um suporte nutricional que estimule o paciente nesta transição.

NN: Por que as dietas em pó podem ser recomendadas nesta etapa?

Dra. Cristiane Scorza: Hoje o mercado proporciona algumas dietas em pó, inclusive sem sabor, que podem ser utilizadas pela via enteral ou oral. Pelo custo, prazo de validade e flexibilidade na utilização destes produtos, com menor desperdício. Caso o paciente esteja utilizando uma dieta em pó e queira um creme de abacate via oral que esteja liberado pela equipe, podemos adicionar esses suplementos em pó sem sabor e não ser necessária a infusão da dieta enteral naquele horário. Em um outro horário, eu posso utilizar a dieta em pó diluída em água e continuar atendendo as necessidades nutricionais do paciente da mesma maneira.

NN: Quanto tempo dura a transição?

Dra. Cristiane Scorza: Dentre os aspectos que vão determinar o tempo de transição será: capacidade de ingerir ao menos 60 % das necessidades de calorias, proteínas e hidratação por 3 dias consecutivos, estabilidade clínica (não ter enjoos, vômitos, diarreia, febre ou piora da doença de base) e suporte de cuidados.

NN: Qual a sua dica para quem está passando por essa transição?

Dra. Cristiane Scorza: Não se acanhe de tirar sempre todas as suas dúvidas com sua equipe de cuidados e sempre nas consultas pergunte o que poderia ser feito para melhora do quadro nutricional do paciente.
Anotar o quanto paciente conseguiu comer por 3 dias, ver quais alimentos ele está aceitando melhor e adicionar uma suplementação que seja acessível e prazeirosa no cardápio, muitas vezes pode ajudar.
Ao paciente que possui autonomia e capacidade de administrar volume e ter suas refeições sentado à mesa, o ideal é treiná-lo para que verifique a quantidade que cria saciedade e estimular o apetite.

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Até a próxima!

Resumo
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Voltar a se alimentar pela boca é um momento muito esperado pelos pacientes. Para esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, convidamos a nutricionista Dra. Cristiane Scorza para uma entrevista. Confira!
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